terça-feira, 27 de novembro de 2018

Como se transmite a base hereditária do canto?


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É HEREDITÁRIO O CANTO DO CANÁRIO ?


A pergunta chave da que  deve-se partir é se o canto do canário é hereditário ou não. Uma das questões mais debatidas em etologia, ciência que estuda as pautas do comportamento animal, é precisamente a referida ao canto dos pássaros. 

Podíamos começar a citar autores e teorias, assim como experiências, mas só provocaria confusão ao leitor e converteriam numa difícil e tediosa tarefa a leitura destas linhas. 

Por esse motivo nos limitaremos-nos  a resumir as linhas gerais as que se desenvolvem no trabalho dos etólogos, ornitólogos e canaricultores mais prestigiosos que teem-se ocupado do tema.

Podemos distinguir três teorias, que, em definitiva, correspondem com as correntes maioritárias seguidas no seio da etologia num momento ou outro da sua curta historia.

1º) Em primeiro lugar, encontramos a aqueles que defendem que o canto dos pássaros é aprendido mediante a audição do canto de exemplares adultos.

2º) Por outra, outros autores consideram que o canto é inato e que as pautas para que este se desenvolvimento em cada espécie concreta dependem exclusivamente da herança genética.

3º) Em último lugar, encontramos uma postura ecléctica, intermédia, segundo na qual o inato e o adquirido ou aprendido se combinam-se. As pautas básicas do canto de cada espécie serem inatas mas existirá a possibilidade de enriquecer-lo mediante aprendizagem.

Num plano puramente científico a terceira teoria é a la mais seguida hoje em  dia e a que se corresponde em melhor medida com os estudos e experiências realizadas. Não há duvida de que o canto é hereditário, também pode haver uma parte aprendida, o que explica a habilidade que tem muitos pássaros de assimilar no seu canto aquilo que escutam, ainda que seja próprio do canto de outras espécies, ou inclusivamente aprender a imitar certos sons de pequenas aves no pequeno mundo que o rodeia . 



Este último extremo tem sido rectificado pelos ornitólogos nas suas observações de campo, chegando a assinalar espécies cujo canto nutre-se em grande medida de passagens de outras (os exemplos mais citados são o do estorninho pinto e o sinsonte americano). Também há famílias, como por exemplo ao das  aves passariformes da família das alaúdidas (cotovias, etc.), nas que a influência de umas espécies em outras da mesma família é patente, como aponta J. Roché. 

Em último lugar, há espécies que pela complexidade e riqueza do seu canto não só dificilmente copiam de outras sino que exercem uma clara influencia sobre elas (tal é o é o caso do rouxinol).


No plano da canaricultura, encontramos as seguintes posições, se bem la defensa de uma outra opção depende em muitas ocasiões dos próprios interesses dos criadores, já que uns tratam de justificar o seu sistema particular e outros por uma tendência, por uma valorizição determinada do cultivo da raça:


1º) Defensores da necessidade de utilizar canários adultos como maestros para educar aos jovens, já que consideram que o conjunto de giros que com conformam o canto da raça não se transmite geneticamente e é preciso que este seja inculcado através da audição dos citados professores. Esta posição não tem base científica alguma e qualquer criador pode observa-lo directamente na  sua casa.



2º) Aqueles que, ainda reconhecendo que o canto é hereditário, expõe a necessidade de complementa-lo com maestros. 

Esta postura supõe tomar ao pé da letra as conclusões de etologos e ornitólogos respeito aos pássaros cantores em condições naturais. Segundo o que tenho podido ler acerca do canário Malinois, em palavras de prestigiosos juízes internacionais da dita variedade, ou cultivo desta raça  baseia-se neste sistema de selecção. 
Se parte de uma base hereditária, que é a predisposição ao canto aquoso, e se complementa o repertório dos exemplares mediante a audição de um ou vários maestros, que em alguns casos estão especializados na execução de determinados tipos de giros. 

Isto explica o amplo repertório que possuem os exemplares de maior valia e o facto de que não existe ou limite de pontuação na raça belga.

Se bem as conclusões de etólogos e ornitólogos considero que são correctas e a postura dos criadores de Malinois está justificada pela origem e sistema de selecção da raça, não é admissível esta posição para o resto de raças de canários de canto. Devemos rejeitar esta postura, salvo no caso das excepções , ao considerar que o ensinamento com professores não só não é necessária ,mas que esconde, por parte da maioria dos seus defensores, a intenção de preservar o canto de exemplares de qualidade que já possuem, com o fim de evitar a incerteza que supõe ter que esperar até que o canto dos jovens canários madure. Esta prática impede a evolução do próprio canto do canário, posto que o pequeno canário  limitar-se-a a imitar o melhor que pode o canto do maestro. 



Por outro lado há que mencionar o tedioso de ter todos os anos o mesmo repertório canoro, com ligeiras variações no melhor dos casos, no nosso aviário.


3º) Em consonância com o exposto no parágrafo anterior, nós alinhamos com 
aqueles que defendem a todo o custo que o canto do canário é hereditário e que o trabalho de selecção realizado, com o objectivo de enriquecer o património genético canoro dos nossos canários e a variedade de repertório conseguida mediante o mesmo, fazem a desnecessária utilização de professores, já que supõe limitar as possibilidades de criação de novos giros e estrofes por parte dos nossos exemplares.

O método de selecção do canário Roller e do canário de Canto Espanhol (Timbrado), garantia que os exemplares destas raças transmitem a sua descendência toda a informação necessária para confeccionar um canto variado que reúna as características raciais exigidas pelos seus respectivos códigos.



Não obstante, há que realizar uma serie de qualificações a esta terceira postura. O canário pode realizar todo aquele som que o permita criar as distintas partes que compõe o seu complexo aparelho de canto, cuja a peça fundamental é o órgão de fonação, a seringe. A maior complexidade do aparelho de canto, maior capacidade interpretativa. 

Esta riqueza interpretativa não se limita só ao seu próprio canto, o canário é por natureza um, bom imitador [1], podendo, na maior parte dos casos, abandonar o repasso de seu canção para imitar ou copiar o canto de outros canários, voluntária (maestros) ou involuntariamente. 

Para favorecer que os nossos jovens canários consigam fazer aflorar o canto ao que os tem predisposto a herança recebida dos seus progenitores será necessário que evitemos que escutem o canto de pássaros adultos [2]. 

Podemos afirmar que o que o canário herda é a predisposição inata para  realizar una serie indeterminada, mas determinável, de giros, que se irán plasmando numa melodia através de um período de repasso, marcado pela morfologia, mais ou menos idónea, do exemplar e pelos factores que tem rodeado ao mesmo durante o processo de maturação [3]. 


Isto  faz que o canto dos jovens canários nos nossos aviários varie de um ano para outro, mas sempre guardando umas semelhanças estruturais; mais acusadas nas linhas trabalhadas em consanguinidade, ao supor que o trabalho destes, terá um maior cálculo numero de possibilidades canoras no animal: menor variação genótipica.


A riqueza genética dos canários de canto faz desnecessária  educação com professores, que supõe, como já temos apontado, empobrecer desnecessariamente o repertório canoro dos nossos exemplares, ao impedir que os canários jovens culminem na evolução do seu repasso, que sem duvida alguma traduziria-se  num canto distinto e com probabilidades certas de ser de maior qualidade que aquele que os temos forçado a imitar. 



A isto une-se que um exemplar educado com maestros não nos oferece as devidas garantias sobre o que vai  transmitir à sua descendência, o único que sabemos é a sua maior ou menor capacidade de imitação e assimilação, em relação ao que se tem incutido mediante a audição de exemplares adultos.

Em resumo do anteriormente exposto, o canto dos pássaros tem uma parte inata e outra adquirida, os criadores de raças de canários especializadas para a função canora buscamos o desenvolvimento da parte inata em detrimento da parte adquirida, com o  objectivo de desfrutar um padrão genético de canto o mais rico possível, que permita a nossos exemplares construir uma melodia baseada nos parâmetros de selecção desejados.

A maior parte das argumentações contrarias à base hereditária ou inata do canto de los pássaros que aqui defendemos, baseiam-se em conclusões erróneas extraídas a raiz de experimentos que, desde um principio, não ofereciam as adequadas garantias para conseguir seu objectivo. 

Por exemplo, citam-se frequentemente experiências realizadas com exemplares, de diferentes espécies, que tem sido colocados individualmente em lugares insonorizados e, incluso, descrevem-se experimentos baseados na observação de exemplares aos que se tem privado do sentido do ouvido. 
No primeiro caso, os exemplares isolados acusticamente realizavam um canto sumamente rudimentar, de grande pobreza e inclusivamente apreciava-se um claro infantilismo ou subdesenvolvimento no mesmo. 
No segundo caso, os exemplares surdos apenas conseguiam realizar um canto propriamente dito, mais bem emitiam uma sucessão de ruídos. 



Estes resultados faziam chegar à conclusão, para aqueles que os realizaram, de que o canto dos pássaros não era hereditário sino aprendido mediante a audição de exemplares adultos de sua mesma espécie.

Hoje em dia sabemos que para que o canto dos pássaros desenvolva é preciso que se deem a uma serie de estímulos que desencadeiam que o exemplar ponham em funcionamento os mecanismos físicos precisos que o possibilitem. Assim, a convivência de diferentes indivíduos num mesmo território ou voadora, faz-se que entre eles haja umas relações sociais nas que a rivalidade na hora de alimentar-se , de ocupar um determinado lugar nos poleiros, de estabelecer uma escala hierárquica, etc., façam aumentar os  instintos como o da territorialidade, fundamental para compreender o significado do canto, e que colocam em funcionamento as condições precisas para que se de o desenvolvimento hormonal que determina o processo de evolução do canto[4]. 



Um exemplar isolado carece por completo desses estímulos, o canto é uma forma de comunicação, com quem eles podem alcançar com a sua com comunicar se não tem outros congéneres com os que iniciam relações sociais, da índole que sejam? carece de estímulos externos que potenciem o desenvolvimento canoro.



A isto há que unir o feito de que os jovens pássaros  complementam-se entre si, aprendam uns com outros, durante o espaço de tempo em que o seu canto é só um repasso [5], os etólogos chamam a esta fase da evolução canora canção plástica, Já que supões um período de ensaio do que logo será o seu canto adulto ou canção estável [6]. 


Esta complementaridade entre os cantos dos canários novos é o fundamento de que não seja preciso utilizar maestros nos canários de canto, o trabalho do inato faz que com a só referencia do seu padrão genético podem-se alcançar belas e complexas melodias. A maior parte das espécies de pássaros que se utilizam nas experiências baseiam-se o seu canto de adulto, principalmente, no aprendido e por isso ao deixa-los isolados em grupo[7], sem adultos dos que podem copiar, seu canto, apesar de responder ao padrão básico da espécie, é muito menos variado que o dos exemplares que crescem em liberdade. 

Não se pode dar validade a umas observações feitas com pássaros de campo ou com espécies domésticas que não se tenham seleccionado para o canto.

Nestes casos  precisa-se a audição de adultos para conseguir canções mais ou menos complexas, mas é  pelo facto de que não tenha havido uma selecção que  atender aos padrões que utilizamos em canaricultura de canto. 


Quando se estrapola as conclusões baseadas em experiências realizadas com essas espécies a nosso campo de estudo, sem realizar as correspondentes formas/padrões, o único que estamos fazendo é confundir os criadores.
Como conclusão a este ponto, voltamos a repetir, já que não nos importa insistir uma e outra vez sobre o mesmo, que o trabalho dos canaricultores de canto  baseia-se em potenciar e desenvolvimento a base inata do mesmo, com isso criamos uma sólida base ou padrão genético para que os exemplares das respectivas raças sejam capazes de melhorar a variedade de repertório cada ano, sempre dentro das pautas de selecção das mesmas e sem ter que recorrer ao ensinamento  com maestros.

TRANSMISSÃO GENÉTICA DO CANTO

Neste ponto reflexionaremos acerca de uma série de questões de grande interesse para o canaricultor de canto, se bem que temos de advertir que em alguns casos trata-se de meras hipóteses de trabalho, ao não poder contar com uma confirmação científica do expressado. Referiremos principalmente dois temas:

1) Como se transmite a base hereditária do canto?.

2) Quem transmite mais o canto aos filhos, o pai ou a mãe?.

1) Como se transmite a base hereditária do canto?

Temos dito que o canário herda a predisposição inata para realizar uma serie de giros/gorjeios indeterminados que vão dando forma a uma melodia, através da influencia de factores tais como as condições anatómicas e as circunstancias em torno as quais se tem desenvolvido no animal.

A informação que determina os diferentes caracteres dos indivíduos se encontra-se, como já sabe o leitor, os genes, que ocupam um determinado lugar nos cromossomas, os quais encontram-se por casais, em estado diploide. 

Cada progenitor já que tem contribuem a sua prole a metade do seu conjunto dotação cromossómico, já que as gametas ou células reprodutoras tão só são portadores de um número haploide de cromossomas, a metade da constituição genética do animal. 
Do número total de cromossomas, dois constituem o par de cromossomas que marcam o sexo dos animais e por isso são denominados cromossomas sexuais, o resto são denominados autossomas. 
O número de cromossomas varia em cada espécie, no homem são 46, enquanto que no canário são 18, distribuídos em nove pares [8]. 

Retornando aos cromossomas sexuais, estes denominam-se X e Y, no caso dos mamíferos, e Z e W, no caso das aves.
Nos mamíferos, os machos possuem um cromossoma sexual X e um cromossoma sexual Y, as fêmeas  possuem dois cromossomas X, os machos determinam o sexo da descendência mediante o cromossoma sexual Y.

Nas aves ocorre ao revés, os machos possuem os dois cromossomas sexuais iguais, Z Z, e as fêmeas tem um cromossoma Z e um cromossoma W, com o que são estas as que determinam o sexo das crias. 
O número de machos e de fêmeas, na base ao anterior, deveria ser em teoria igual, como se vê na seguinte tabela:


_________________
CROMOSSOMAS Z W 

_________________
_Z Z Z Z W________
Z Z Z Z W_________


Da anterior tabela depreende-se que há o mesmo número de possibilidades de que saiam machos de que saiam fêmeas. 
Todos sabemos, por experiência, que o azar é caprichoso e que não sempre se obtém  o mesmo número de machos que de fêmeas. 

Isto serve para dar-nos conta de que apesar de ter que observar as leis da genética, muitas vezes, a aleatoriedade das combinações faz que os resultados não sejam os desejados e esperados.

O canto dos pássaros, em quanto que é perceptibilidade pelos nossos sentidos, é um desses caracteres externos que conformam o fenotipo, como já se tem apontado a lo largo destas linhas.
A função canora corresponde aos machos, as fêmeas não normalmente não sabem cantar, apesar de que há algumas que emitem uma serie de sons que nos recordam o repasso a canção plástica dos jovens machos, mas que não alcançam o tom e a intensidade do canto dos machos, nem as características musicais que se encontram,nas raças de canários especializados (ritmo, harmonia e melodia).

A principal causa de que são dadas nas  fêmeas cantarinas é um desequilíbrio produzido por um excesso de hormonas masculinas no sangue, muitas vezes da-se nas fêmeas adultas depois da temporada de criação ou nas fêmeas velhas. o feito de que a emissão do canto seja prerrogativa quase absoluta dos machos leva-nos a expor se é um carácter ligado ao sexo o um carácter de transmissão livre (cujos genes reguladores encontram-se nos autossomas, nos cromossomas sexuais), mas condicionado por aquele.
As consequências de uma ou outra posição são de crucial importância para o trabalho da base genética do canto do canário. 
Lamentavelmente, e num plano estritamente científico, não me é possível  decidir-me por uma ou outra postura. porém, como hipóteses de trabalho, parte-se de que os genes que regem o canto ( um ou vários casais), tal como o entendemos no nosso passatempo, transmitem-se ligados ao sexo, eles estariam localizados no cromossoma sexual Z. 

O padrão genético de canto transmitiria-se da mesma forma que qualquer outro carácter ligado ao sexo.

Mas ainda que seja essa hipótese fora correcta, não podemos duvidar do resto dos genes presentes nos outros 16 cromossomas do canário, que determinam aspectos tão importantes como os caracteres morfológicos o anatómicos do pássaro. Tão pouco devemos duvidar a influencia dos factores meio ambientais. Dois exemplares com a mesma combinação genética nunca seriam iguais por essa influencia meio ambiental (na qual deve introduzir-se o factor humano).

As suas características morfológicas fazem do canário uma verdadeira caixa de música, en la que si uma peça não encaixa de tudo, mal poderemos esperar que o som seja perfeito. O canário de canto requer-se de um tipo, que devera ser observado pelo criador. Cada raça de canários de canto tem uma estrutura morfológica típica, que é a que marca, junto a um aparelho de canto especial, as diferenças sonoras já conhecidas pelos aficionados. Deveremos seguir pelo standard da raça que cultivemos para realizar os cruzamentos. 


A este respeito e como característica geral dos canários de canto, amplia a sua capacidade peitoral, como não podia ser de outra forma, ao albergar um sistema respiratório muito desenvolvimento. 
Para terminar a referencia sobre a importância da anatomia do bom cantor, ressaltemos que por muita que seja a qualidade genética de um exemplar, não que se refere ao canto, se não se vê acompanhada de umas condições físicas e de um aparelho de canto adequado dificilmente poderá aflorar.

No referente aos factores externos ou meio ambientais, seria pretensioso tentar fazer uma relação de todos os factores que incidem no desenvolvimento do canário, dado que seria impossível enumerar-los sem duvidar de algum. 

Por isso diremos que o criador deve favorecer o correcto desenvolvimento físico de seus exemplares, tendo em conta que neste influem desde a forma em que a fêmea alimenta-os, até o mais ligeiro catarro. 
Também deveremos procurar, como já temos dito varias vezes, que nada possa desviar os jovens canários do desenvolvimento do seu repertório (repasso) .

2) ¿Quem transmite mais herditáriamente o canto dos filhos, o pai ou a mãe?

Entre os canaricultores encontramos dos possíveis respostas a esta questão:

Por um lado, encontramos a que chamo postura tradicional, que conta com um grande número de defensores e que durante muito tempo tem sido a resposta maioritária no seio do nosso passatempo para a pergunta levantada. 

Os seguidores desta forma de pensamento afirmam que é a fêmea a que mais influencia tem no canto dos filhos ou, dito de outro modo, a que maior informação aporta a seu padrão genético de canto, não é estranho ouvir ou ler que a fêmea influi uns 60% ou mais no canto da sua prole renovada.

Por outro lado e baseando-se nos conhecimentos científicos, em especial na genética, encontramos uma segunda postura que, frente à resposta anterior, carente de fundamento científico algum, explica que o canário, como todo ser vivo, recebe a partes iguais na informação genética dos seus progenitores. 
A consequência lógica disto é que a influencia no canto dos filhos se reparte a partes iguais, em teoria, entre ambos pais. 

Outra coisa é que por factores morfológicos ou por factores externos no canto do jovem canário se tenha  fazia um ou outro lado. 
Assim, por exemplo, quando morfologicamente o filho parece-se mais a um dos progenitores, cujos os genes terão dominado aos do outro, ou, também, quando este copia a melodia de outros exemplares, da linha paterna ou materna.

Podem dar-se dominâncias dos genes que regem a herança do canto de um dos reprodutores, tema do que deixa muito, por não dizer tudo, que estudar, mas isto ocorre tanto a respeito aos genes da mãe como aos do pai.
Não existe nenhuma regra geral que apoie que a mãe tem mais influencia que o pai no canto da sua descendência, nem ao contrario.

Quando a herança de um progenitor, no aspecto canoro, prima sobre a do outro, deve-se a circunstancias concretas, que não admitem generalização.

Aqueles que defendem na preeminência da herança materna sobre a paterna no canto fazem-no ao constatar o feito empírico e lógico de que o canto dos filhos é diferente ao do pai. 


Mas por isso é assim porque, na maior parte dos casos, é o fruto da interrelação de ambas heranças, independentemente de qual prima no caso concreto, no porque a fêmea  aporte más que o macho. Quando cruzamos um canário verde com uma canária amarela dá-se uma herança intermédia, produto da qual os exemplares resultantes são pios ou manchados, a distribuição das zonas lipócromicas ou melanicas produz-se ao azar, há exemplares mais verdes e exemplares mais amarelos, além disso, em ocasiões, aparecem exemplares verdes ou amarelos.
No exemplo anterior, podemos dizer que a herança materna influi mais na cor da descendência por apresentar estas zonas amarelas na plumagem ?. 
Da mesma maneira,vemos que há canários produto desse cruzamento em cujo plumagem prima uma cor ou outra, sem que haja outro motivo, em principio, é que haja azar para tal. 
O mesmo ocorre com a base genética do canto do canário, o azar determinará que domine a linha materna ou a paterna, ou que haja uma condominancia ou herança intermédia.

Podemos resumir todo o que foi dito até agora, dizendo que há que ter sempre presente a teoria, mas também temos que ter em conta que a teoria é isso, teoria, e que na realidade não se cumpre sempre,no máximo quando falamos de Genética. Imaginemos por um instante que conhecemos todas as características que podem aportar uns pais a sua descendência, oxalá fora possível, neste suposto sucederia o mesmo que se conhecemos todos os números que vão  integrar o desejado Gordo da Lotaria do Natal mas ignoramos a sua ordem final. O azar é caprichoso e por muito que o ego humano lo lamente, não está nas nossas mãos o controlo pleno sobre os mecanismos da herança. Ninguem pode saber, com absoluta certeza, que ao fazer um cruzamento, se o produto do mesmo vai ser bom, medíocre ou mau. 
Como se pode dizer “nunca se sabe de onde pode saltar a lebre”.

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