III - Valorização do canto.
1.- Questões chaves na valorização do canto.
O primeiro passo a dar pelo juiz quando um canário começa a cantar, uma vez considere que o exemplar se ha metido en canto (cogiendo la entonación adequada e definindo os diferentes giros/gorjeios ou variações) como requisito prévio e imprescindível prévio para uma correcta valorização, é analisar a canção emitida atendendo as características das suas qualidades sonoras e musicais.
Lembrar o seguinte :
1.1.-Qualidades do som.
1) Tom: O feito de que o canário de Canto Timbrado Espanhol seja a raça que emite no seu canto um registo tonal mais elevado e que considera-se como tenor dos canários (sendo o barítono o Malinois Waterslager e o baixo o Harz Roller) não quer dizer que as suas canções sejam estridentes ou desagradáveis ao ouvido, todo lo contrario.
O registo tonal do Timbrado deve ser quanto mas amplo melhor, para assim poder em jogo os seus imbatíveis dotes musicais, através das mais belas e complicadas modulações vocais.
Não deve haver no canto trocas bruscas de tonalidade que possam dar lugar a sons que rompam a linha melódica da canção, bem por excesso (estridências) ou por defeito (tom excessivamente pobre).
2) Intensidade: A intensidade do canto deve ser em todo momento a adequada.
O canário deve jogar com a potencia ou força da sua voz, com o que que se consegue uma série de matizes musicais que embelezam extremamente o canto. Deve evitar-se a emissão de giros/gorjeios ou canções tanto com um grau de intensidade demasiado alto, que resultaria em estridências, com um grau de intensidade pobre.
3) Timbre: Já sabemos que o timbre é a qualidade que personaliza ou som e permite-nos identificar a seu emissor.
No canto de todo o canário encontraremos passagens, principalmente, de três tipos de timbre ou sonoridade: metálica, oca e aquosa.
Nas raças de canários de canto encontramos uma sorte de especialização, com clara relação com o registo tonal que possuem :
__________________________________________________
Raça Registo tonal Timbre metálico
Timbrado Alto Metálico
Malinois Médio Aquoso
Roller Baixo Oco
Como vemos, o timbre de voz do Canário de Canto Timbrado Espanhol é, por definição, brilhante, metálico; ainda que tambem encontramos no seu canto partes de timbre ou sonoridade oca e aquosa. A maior variedade e contrastes, mais atractivo resulta seu canto.
1.2.- Qualidades da música.
1) Ritmo: O ritmo de emissão do canto do Timbrado Espanhol deve ser quanto mais
pausado melhor.
2) Melodia: Enquanto a sucessão de sons ligados com sentido musical, deve ser
rica e variada.
3) Harmonia : dado que a harmonia é um dos conceitos que se considerar na ficha de julgamento
que se mencionará dela mais adiante.
2.-Três perguntas a responder.
Para começar a analise e valorização dos diferentes gorjeios/giros que o canário expressa
na sua canção devemos responder a três perguntas:
1) QUE GORJEIO / GIRO DISSE O CANÁRIO?
2) COMO O DISSE?
3) ONDE O DISSE ?
3.-Valorização dos gorjeios/giros.
1) IDENTIFICAÇÃO DO GORJEIO/GIRO :
Responde à 1ª pergunta.
a) A Análise do texto fonético (consonantes e vogais) para determinar de qual das
distintas variações do canto o nosso canário se trata.
Nesta tarefa serve-nos tarefa uma classificação dos gorjeios/giros em atenção a composição do seu texto fonético (limitado ou ilimitado).
Nos gorjeios/giros de texto fonético limitado se realizar-se-a a identificação através das consoantes e vogais típicas que os configuram.
b) Estudo do ritmo de emissão (continuo, semi-continuo e descontinuo), já que há gorjeios/giros que comparten nas mesmas consoantes e vogais e só se podem distinguir atendendo à sua cadencia de emissão. Neste sentido consideraram-se:
• Gorjeios/Giros de ritmo continuo: aqueles que nos dá a impressão de que o som sucede-se sem sem solução de continuidade; sucede-se sem solução de continuidade; ao nosso ouvido que é capaz de discernir as diferentes sílabas que o canário produz-se pelo denominado fenómeno de persistência sensorial (nosso cérebro cree estar escutando um mesmo som continuo).
• Gorjeios/Giros de ritmo semi-continuo: en éstos nuestro ouvido já pode distinguir cada
uma das sílabas que compõem o gorjeio/giro, apesar de emiti-las de forma muito próxima entre si.
• Gorjeios/Giros de ritmo descontinuo: a separação entre as diferentes sílabas ou palavras do gorjeio/giro são ainda mais marcadas (denominamos palavras aos diferentes sons que constituem um gorjeio/giro ou variação e que estão formados por duas ou mais sílabas misturadas).
Esta classificação não deve ser considerada rigidamente, já que um mesmo tipo de gorjeios/giros pode ser emitido com ritmos diferentes.
Por exemplo e como excepções que confirmam a regra, os cloqueios, al igual que os floreios, podem ser emitidos com ritmo semi-continuo ou com ritmo descontinuo.
2) ANÁLISE DO GORJEIO/GIRO:
Responde à 2ª 3ª preguntas.
a) PUREZA DA DICÇÃO :
-Deficiente: apenas distinguem-se as consoantes que intervém no gorjeio/giro.
-Regular: O som das consoantes prima sobre as vogais.
-Boa: Equilíbrio na pronunciação de consoantes e vogais.
-Muito Boa: As consoantes percebem-se claramente mas prima o som das vocais, fazendo que o som resulte mais suave e agradável.
b) Forma de emissão :
-Ter em atenção ao tom: recto ou modulado (ascendente, descendente ou ondulado).
Se consideraram-se de mais valor os gorjeios/giros emitidos de forma modulada, sendo a sua ordem de mérito de maior ao menor valor o seguente:
a) Modulação ondulada;
b) Modulação descendente; e
c) Modulação ascendente.
-Em atenção à intensidade: (matizes musicais ou modulação da intensidade, consistentes na capacidade do exemplar para jogar com a intensidade do som do gorjeio/giro; exemplo in crescendo, in descendo, forte,
fortissimo, piano, pianissimo, etc.)
-Em atenção ao ritmo: capacidade do exemplar de alterar o ritmo musical do gorjeio/giro (por exemplo: aumentando ou diminuindo a cadencia de emissão).
-Complexidade fonética do gorjeio/giro (em atenção a las consoantes e vocais que intervém no mesmo).
-Duração do gorjeio/giro: a duração do gorjeio/giro não pode ser nem muito breve nem muito
prolongada.
c) BELEZA: MUSICALIDADE INTRINSICA (do gorjeio/giro em si mesmo) e EXTRÍNSECA
(do gorjeio/giro dentro da canção ou melodia do canário).
4.-Aplicação das pontuações.
Sendo todas as pontuações correspondentes aos diferentes gorjeios/giros ou passagens da
ficha de julgamento três ou múltiplo desta quantidade, isso leva-nos a considerar como prática técnica no julgamento os seguintes detalhes:
1º) Quando há varias formas de emissão de um mesmo tipo de gorjeios/giros, a valorização realizar-se da forma mais fria e objectiva possível, atendendo à qualidade media dos mesmos.
Temos de evitar ser benevolentes pela presença de gorjeios/giros de extremado valor junto a outros medíocres ou defeituosos ou, ao contrário, demasiado severos ao considerar os defeituosos por encima das virtudes.
2º) Só se pontuaram aqueles gorjeios/giros que tenham, como mínimo, uma qualidade aceitável ou suficiente.
Os deficientes, quando não constituíam motivo de penalização, não se tomaram em consideração salvo para matizar a pontuação daquelas outras variações realizadas pelo exemplar e enquadradas no mesmo apartado da ficha de julgamento.
3º) A escala de pontuação dos diferentes gorjeios/giros divide-se em três escalões:
a) O primeiro terço da escala de pontuação será atribuído aqueles que os gorjeios/giros que se
consideram regulares, suficientes ou aceitáveis.
b) O segundo terço da escala de pontuação será atribuído aqueles gorjeios/giros que se
considerem bons.
c) O terceiro terço da escala de pontuação será atribuído aqueles gorjeios/giros que se
consideram muito bons, excelentes o superiores.
4º) A pureza da dicção e a forma de emissão do gorjeio/giro determinará ou escalão ou
terço da pontuação.
5º) A beleza ou musicalidade do gorjeio/giro servirá-nos para ter uma forma da pontuação final.
continua brevemente...
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